quinta-feira, 19 de abril de 2018

Eu Preciso, não preciso

Semanalmente , geralmente às sextas feiras, faço uma apresentação no Instagran, onde "leio" um produto comercializado no supermercado.
Eu tento não falar mal , nem falar bem desse produto. Só tento ajudar você consumidor, a "ler" o que esse produto tem.
Essa semana, nessa sexta feira falarei sobre massa, mais especificamente sobre macarrão. Vamos observar os ingredientes das massas, ver os ingredientes e saber o que tem ali dentro...ou tentar.
Quando pensei em macarrão, na minha mente passou imediatamente o Miojo, macarrão instantâneo, que fica pronto em 3 minutos. Quem nunca comeu?
Resultado de imagem para macarrão instantâneo

Confesso que na minha casa, eu comprava praticamente 30 unidades por mês! Também confesso que ainda eu não era nutricionista, e nem sabia o processo de preparo para "aquele macarrãozinho maravilhoso" ser tão gostoso e pratico. E minhas filhas e eu adorávamos. Eu achava estranho na época, porque eu e minha filha mais nova, comíamos e tudo bem, MAS minha filha mais velha Maria Fernanda, passava mal, assim de vomitar, apesar de gostar. E , depois de anos, como nutricionista, descobri o "por que" ela passava mal. Era o processo o qual a massa passava antes de entrar no saquinho!
O miojo, lamem, foi criado pelo Sr. Momofuku Ando.

Como o Miojo é Feito

O processo na linha de produção para a fabricação do macarrão instantâneo lámen é assim:

Os ingredientes são misturados e formam a massa do macarrão, que é expelida para a esteira por um monte de biquinhos finos, formando longos fios, digamos, “cacheados” (aposto que você já se pegou tentando entender como o miojo era feito assim, cacheadinho). Isso também pode ser feito cortando a massa em fios bem finos, que se arranjam na esteira de maneira que também ficam enroladinhos. Em seguida, a massa passa for um longo forno, onde é cozida a vapor e segue resfriando na esteira, até ser cortada na porção de uma embalagem e então dobrada sobre si mesma.
A massa dobrada, que já foi cozida e resfriada, é então acomodada em moldes que são cheios de furinhos (como uma escumadeira) para que o óleo escorra. Dentro desses moldes, a massa é imersa no óleo quente por algum tempo e então conduzida para fora da fritadeira, para ser resfriada novamente. A partir daí, a massa já está pronta e é conferida por fiscais e detectores automáticos (que eliminam aquelas que não estão dentro do padrão de qualidade), recebe seu respectivo pacotinho de tempero e é embalada, encaixotada e distribuída.
Neste vídeo, você pode ver uma linha de produção de macarrão instantâneo, etapa por etapa – com uma musiquinha que tem tudo a ver (só que não):


 
 
 
 

 
Aqui neste outro, só de curiosidade, você vê a fabricação de “cup noodles” (pule o primeiro minuto inteiro):
 
 
 
A fritura da massa pré-cozida faz com que ela desidrate, fique seca, durinha e que mantenha seu formato depois de embalada. Com certeza também adiciona um sabor que dá um “tcham” para qualquer coisa. A gordura é palatável, deixando a comida mais gostosa.Especialmente por causa dessa etapa da produção, em torno de 20% do que vai para o seu prato (fora a água) é gordura.
Pode ter uma pequena quantidade de óleo nas misturas do tempero, mas você não tem como saber quanto é, porque os fabricantes não citam separadamente os ingredientes e informações nutricionais do tempero. Eles consideram uma porção única de 80 g de macarrão + 5 g de tempero (por exemplo).
Por esse mesmo motivo, não conseguimos saber de que maneira a versão “light” do miojo tem menos gordura. A fritura da massa pode ser substituída por uma secagem por ar, mas não é possível saber se é esse o processo de desidratação usado porque os fabricantes não informam na embalagem (até porque eles nunca disseram que ela é frita). Se pudéssemos ver os ingredientes só da massa, poderíamos saber se ela foi frita ou não (pela quantidade de gordura), mas, sem as informações separadas, ficamos só com as deduções.
Ainda sobre o tempero, ele esconde uma enorme quantidade de sódio e realçador de sabor, que podem trazer riscos à saúde se consumidos em excesso. A quantidade de sódio presente no saquinho é, quase sempre, próxima ao máximo recomendado pela Anvisa para o consumo durante todo o dia e algumas vezes superior a ele (valor de referência para consumo diário: 2.400 mg). Leia a tabela nutricional e faça as contas para ver quanto de sódio você ainda pode consumir no mesmo dia – depois me diga se conseguiu não ultrapassar.
Como eu disse lá em cima, saber como os produtos que consumimos são feitos e seus ingredientes é importante para fazermos nossas escolhas. Não quero dizer que “miojo é uma má escolha, nunca coma!”, mas que você tem que saber que é um alimento rico em gordura e sódio, com quase nenhum valor nutritivo. Não é saudável o consumo frequente, mas você pode comer de vez em quando, com moderação.
 
 

A opção, cozinhar macarrão "normal"


 

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